terça-feira, 27 de abril de 2010

Coisas de Minas

 

Toda pousada, hotel ou outra forma qualquer de hospedagem, nas diárias além do café da manhã
tem o tradicional ‘passa lá’. No interior a gente tá sempre encontrando com conhecidos.
Alias todo mundo conhece todo mundo. Na rua, no banco da praça, na venda (mercadinho),
na leiteira, na padaria. E conversa vai, conversa vem, na hora de despedir, diz :
- " Vai lá em casa. Passa lá !!  
Então voce não convidou a pessoa para o almoço, nem para o jantar nem para um lanche. 
Mas, enquanto vai mantendo um dedo de prosa com a visita, coa um cafezinho, faz um chá . 
Se tem fruta no pé , tem suco.  E pra não ficar café com língua,  voce coloca o bolo na mesa,
ou outra quitanda (quitutes).  Se na conversa voce conseguir saber que o fulano tá de regime ,
vai o queijo também. E queijo nessa terra é conversa séria, do melhor e que sabor.
Os doces de leite e goiaba então nem se fale, mas cada lugarejo tem sua especialidade.
Diamantina tem o bol di miii (bolo de milho)
São Gonçalo do Rio Preto tem gleii di hibiic (geléia de hibisco)
Serro tem o quejim (famoso queijo do Serro) delicioso e barato
Já no Tabuleiro tem bol di cubu (bolo de fubá com queijo) e pastel de angú
De São Roque, na Serra da Canastra, tem o queijo branco tipo canastra, que é de comer ajoelhado
Viçosa tem o melhor doce de leite ‘taiado’ talhado.
Cabeça de boi tem pão feito em forno de lenha e o melhor pão de queijo do planeta, receita da Bá
Beagá tem as delicias de boteco e jiló de tudo que é jeito.

Acabou não: tem tanto rio e cachoeiras, tanta poeira na estradas de sobe e desce montanhas
Uma gente hospitaleira, que sempre tem tempo pra um dedo de prosa co’cê, 
pra contar causos e perguntar de onde vc veio, só por gentiliza
porque bom mesmo ‘ é os trem das gerais’.

sábado, 24 de abril de 2010

De presente


De brincadeira ganhei de aniversário a cachoeira do Tabuleiro,
mas pra ir buscar o presente tive que andar
morro abaixo e morro acima por 3 horas e muitos litros de suor;
foi incrível a visão de toda aquela água caindo sobre o lago negro
e o indescritível banho, mais frio que tomei na minha vida.
Mas de verdade mesmo, no dia do niver estavamos em Cabeça de Boi,
ai sim eu ganhei o melhor presente de todos:
Um enorme banheiro com vista para o mar de montanhas da Serra do Cipó,
e o inesquecível banho quenteeee de banheira, de horas..
Foto não tem, não. Porque fiquei apreciando a vista
lendo, dormindo, conversando na banheira.
Tudo de bom é o contraste que nos permitimos ou ganhamos!!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cachoeira do Intancado

 

cachoeira do intancado 
O lugar é Cabeça de boi,
quer dizer o nome oficial agora é
Santana do Rio Preto,
distrito de Itambé do Mato Dentro – M.Gerais
Um lugar especial, pequeno, charmoso,
cercado de montanhas e rios,
com um povo pra lá de hospitaleiro.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cheguei lá e ainda voltei

 

tabuleiro (45)





Amei esse lugar,
mesmo agora que já nem sei onde dói de tanto que dói.
Essa foto foi lá de baixo da tabuleiro.
Pertinho, pertinho.
Mas a vista melhor e mais impactante foi lá do mirante. 
Pra descobrir isso é preciso subir e descer por horas a fio.

Numa outra vida voltarei aqui

 

descida tabuleiro






Três horas, três longas e penadas horas andando!
Tá certo que na verdade a última meia hora
foi quase se arrastando.
Pior que o sobe desce da ida é a volta,
pois nada mais é novidade
e o cansaço já esta deixando as energias pelas tabelas,
melhor ficou lá embaixo, no mergulho, nas águas frias.

Serra do Espinhaço

 

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Subida leve, muitas sempre vivas e nenhuma sombra.
A visão da cachoeira do Tabuleiro é linda.
Ficamos olhando por muito tempo,
o que elegemos ser a cachoeira mais bonita que já vimos.

Tabuleiro das Minas Gerais

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Aqui foi uma leve subida, de uns quinze minutos até o mirante da cachoeira do Tabuleiro, Conceição do Mato Dentro – MG

terça-feira, 20 de abril de 2010

Céu azul

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Terra do queijo
Do queijo do Serro
A antiga Vila do Príncipe do Serro Frio
Cercada de montanhas
Das Minas Gerais

Do outro lado da ponte

 

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Água mole em pedra dura
tanto bate que enche o saco!

 

No caminho de São Gonçalo do Rio Preto

 

saogonçalodoriodaspedras

 

 


Eis ai a tal estrada real!
Ainda com verde no ínicio do outono
Ainda vermelho do minério

Minério

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Nas terras e cachoeiras
Das montanhas vermelhas de Minas
Uma ponte, uma estrada.
De real acho que só sobrou a poeira.

Gruta do Salitre

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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Água fria – Sentinela sou

cachoeiradasentinela

 

“Revejo nessa hora tudo que aprendi
Memória não morrerá
Longe, longe, ouço essa voz
Que o tempo não vai levar” 
Milton Nascimento



Cachoeira da Sentinela
Parque Estadual do Biribiri
Diamantina - Minas Gerais

domingo, 18 de abril de 2010

Mar de Montanhas

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Mar de Minas

Sobe montanha
Desce montanha
E sobe de novo
Céu azul
Água fria
Cachoeira
Queijim e doce de leite
Tudo isso num mar de montanha.

sábado, 3 de abril de 2010

O Chico, aquele Buarque de Holanda

Faz muito tempo que ouvi essa história, e como acabei de ler um livro sobre as músicas
do Chico e seu contexto me lembrei disso que vou contar agora:
Havia um rapaz, amigo meu, que tocava muito bem violão, nas noites da cidade
ele apresentava o repertório quase completo do compositor Chico,
claro que ele tinha também uma namorada que não era muito fã de MPB.
Se conheceram num desdes shows nas noites frias.
Depois de uns meses de namoro, como cabe aos românticos,
de amores eternos, foram morar juntos.
Tudo era lindo amor, carícias e as poesias do Chico;
ela pedia uma coisa e ele respondia com o violão numa canção,
ela perguntava e lá vinha outra canção em resposta.
A música, as letras tudo se encaixava como num sonho
e ela foi se enamorando do compositor.
A rotina diária, as contas, a grana e a falta dela, as desavenças constantes…
um dia a casa caiu e enquanto ele tocava, ela partiu, 
levou consigo todos os discos do Chico e os livros e fotos dele também;
por ironia seu nome era uma música, Rosa; foi morar no Leblon, Rio de Janeiro.
Na despedida escreveu na parede:
’O Chico ficou pra mim, na partilha da herança,
foi ele que nos uniu, mas foi te conhecer, que nos separou.’
Nunca mais se viram, ele também nunca mais tocou o Chico, 
resolveu ser arquiteto e se mudou para USA.
Ela, a Rosa, eu soube muito anos depois virou atriz
e vaga pelas praias em busca de uns certos olhos verdes que tocava violão
e lhe chamava de amor.