sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O pai dos burros


Quase nunca falo de livros, embora adore ler.
Porque considero, livros uma escolha pessoal e intransferível.
Tá certo que o título me chamou atenção por causa das lembranças de infância,
das expressões do meu pai e de boas recordações.
Porém nem tem muito a ver com o contexto do meu passado,
mas ao mesmo tempo está muito ligado  à um sentimento que me persegue há anos,
quando leio artigos em jornais, revistas, blogs, sites, alguns livros; a
idéia de que os jornalistas e/ou escritores estão subestimando a inteligência
e a capacidade de compreenção ou abstração do leitor, posso até estar exagerando,
claro que nem tudo que está escrito é assim, mas  essas frases feitas e lugares-comuns
( .. ‘que tem origem no ‘medo do desconhecido’, no conforto medíocre de quem, preferindo não arriscar, se basta com fórmulas prontas ‘ –  H. L. Mencken )
se tornaram figuras de linguagens e clichês irritantes,  de pouca criatividade.
O livro é O PAI DOS BURROS de Humberto Werneck;
e como também tenho minha coleção parecida com a do autor,
e compartilho com ele a mesma aversão a pobreza de linguagem, 
vou criar aqui um espaço para citar essas frases feitas e lugares-comuns
pra distrair, criticar, irritar ou divertir quem vier me visitar.  
Para entender um pouco do que se trata o livro transcrevo um trecho:
”Se escrever vale a pena, deve ser para enunciar algo novo - e me parece um contrassenso,
sobretudo no jornalismo, tentar passar o novo com linguagem velha.
(…)Ele não pretende ser um index prohitorium. Nada de polícia.
Não se ofenda nem se avexe se encontrar aqui alguma ou muitas de suas expressões prediletas.
Há várias que também são minhas. O que se quer com esse livro é apenas recomendar desconfiança diante de tudo aquilo que, no ato de escrever, saia pelos dedos com demasiada facilidade.
Porque nada verdadeiramente bom costuma vir nesse automatismo.”

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