Hoje é aniversário de nascimento do meu amigo Othmar, faria 70 anos. Os últimos meses que compartilhei da sua companhia pude testemunhar seu melhor lado, nas horas de dor e sofrimento devido sua doença, quanto mais difícil, menos ele reclamava, tinha sempre uma brincadeira, sorria quando a dor apertava. Ele sempre foi assim, era sua natureza ser otimista e divertido. Me lembro das brincadeiras que ele junto com amigos faziam, eu mesma fui alvo dessas surpresas divertidas. Participava de todos os eventos que inventávamos aqui na República das Antas, também conhecido como Bracuhy, de festa junina, teatros a churrascos.
Muitas vezes, planejamos cardápios de jantares e almoços que fazíamos com os amigos, nos divertíamos com os detalhes das receitas, pesquisávamos temperos, ingredientes e principalmente a história de pratos tradicionais que ele tinha vontade de comer, outras vezes, quando estava se sentia menos disposto, para receber mais gente em sua casa, me telefonava e convidava para discutirmos uma ideia nova dele, ou simplesmente tomávamos vinho e conversávamos por horas sobre qualquer assunto, sobre todas as coisas, ou simplesmente eu ficava ouvindo suas histórias engraçadas, como ele mesmo dizia esses momentos, eram para enganar a dor.
Uma noite, nas vésperas da minha partida, para meu trabalho no mediterrâneo, ele me ligou e disse que tinha um salmão fresco e se eu não tinha uma boa ideia de como fazê-lo. Respondi: – deixe comigo, vou fazer uma surpresa!
Juntei os ingredientes que precisava e fui pra casa dele, ficamos conversando enquanto preparava o ceviche, embora simples, é um prato que precisa de tempo para ficar pronto, afinal o peixe é cozido quimicamente, no limão e sal.
Depois da espera regulamentar e algumas taças de vinho para aguardar o jantar. Fomos avaliar mais essa iguaria, foram momentos agradáveis, Othmar não parava de dizer que estava delicioso e que não provava um ceviche à tempos.
Naquela noite ele falou de quando tinha vindo ao Brasil a trabalho, coincidentemente no dia em que nasci, das atrapalhadas com língua portuguesa para os estrangeiros, rimos até ele se distrair da dor. Foi a última vez que o viria. Depois quando já estava na Itália trabalhando, nos falamos algumas vezes pela internet, sobre regatas, comidas, e os planos para futuros banquetes. Sua última fala foi que estava procurando uma receita especial de Sulz (gelatina de carne), que é o meu prato favorito da cozinha alemã.
Hoje, embora um dia quente, choveu. Nós, os amigos dele, saímos em barcos para realizar seu desejo: ter suas cinzas espalhadas no mar de Angra. Foi tudo simples, bem ao estilo do nosso amigo, e muito emotivo.
Ficou a saudade de alguém que para nós, era divertido, bem humorado e amigo!
PS: Meu amigo, vou ter que aprender alemão, para decifrar a última receita de Sulz, que você escolheu para fazermos. O “google tradutor” não entende absolutamente nada de temperos alemães.
Muitas vezes, planejamos cardápios de jantares e almoços que fazíamos com os amigos, nos divertíamos com os detalhes das receitas, pesquisávamos temperos, ingredientes e principalmente a história de pratos tradicionais que ele tinha vontade de comer, outras vezes, quando estava se sentia menos disposto, para receber mais gente em sua casa, me telefonava e convidava para discutirmos uma ideia nova dele, ou simplesmente tomávamos vinho e conversávamos por horas sobre qualquer assunto, sobre todas as coisas, ou simplesmente eu ficava ouvindo suas histórias engraçadas, como ele mesmo dizia esses momentos, eram para enganar a dor.
Uma noite, nas vésperas da minha partida, para meu trabalho no mediterrâneo, ele me ligou e disse que tinha um salmão fresco e se eu não tinha uma boa ideia de como fazê-lo. Respondi: – deixe comigo, vou fazer uma surpresa!
Juntei os ingredientes que precisava e fui pra casa dele, ficamos conversando enquanto preparava o ceviche, embora simples, é um prato que precisa de tempo para ficar pronto, afinal o peixe é cozido quimicamente, no limão e sal.
Depois da espera regulamentar e algumas taças de vinho para aguardar o jantar. Fomos avaliar mais essa iguaria, foram momentos agradáveis, Othmar não parava de dizer que estava delicioso e que não provava um ceviche à tempos.
Naquela noite ele falou de quando tinha vindo ao Brasil a trabalho, coincidentemente no dia em que nasci, das atrapalhadas com língua portuguesa para os estrangeiros, rimos até ele se distrair da dor. Foi a última vez que o viria. Depois quando já estava na Itália trabalhando, nos falamos algumas vezes pela internet, sobre regatas, comidas, e os planos para futuros banquetes. Sua última fala foi que estava procurando uma receita especial de Sulz (gelatina de carne), que é o meu prato favorito da cozinha alemã.
Hoje, embora um dia quente, choveu. Nós, os amigos dele, saímos em barcos para realizar seu desejo: ter suas cinzas espalhadas no mar de Angra. Foi tudo simples, bem ao estilo do nosso amigo, e muito emotivo.
Ficou a saudade de alguém que para nós, era divertido, bem humorado e amigo!
PS: Meu amigo, vou ter que aprender alemão, para decifrar a última receita de Sulz, que você escolheu para fazermos. O “google tradutor” não entende absolutamente nada de temperos alemães.
2 comentários:
Querida Chris,
Li seu texto bonito e cheio de emoções, posso dizer que
compartilho as mesmas lembranças do nosso amigo Othmar.
Ele fará falta na Republica das Antas.
Beijos,
Cecilia
Excelente texto Chris, e uma justa homenagem a uma pessoa que tinha uma das melhores qualidades do ser humano: o bom humor.
Othmar será sempre uma lembrança prazerosa da comunidade do Bracuhy.
Bjs,
Ivan + Egle
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