sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

El Calafate

 

glaciarpmoreno (18)

     A patagônia é basicamente plana, com centenas de quilômetros de vegetação rasteira em tons de amarelo e vermelho. E, durante todo o percurso, à minha direita, seguindo a estrada rumo ao sul, para El Calafate, tenho como companhia a neve eterna da Cordilheira dos Andes.
     Passo por enormes lagos de uma cor azul esverdeada, quase artificial, o vento forte e constante castiga a vegetação e a minha pele e faz o carro inclinar. O vento, nessa parte do planeta, é um elemento constrangedor, e o frio, indomável.
    A cidade El Calafate é pequena; na rua principal concentra-se o comércio local e, espalhados pelos morros e em torno do Lago Argentino, estão as casas e os hotéis. Simpática e acolhedora, a cidade oferece muitos restaurantes bons, para todos os gostos e bolsos – aproveite o cordeiro, especialidade da região. Possui ainda aconchegantes cafés, chocolaterias e sorveterias. O fim de tarde é muito agradável pelas ruas de El Calafate.
     Existem ainda várias agências de turismo que oferecem passeios ao Parque Perito Moreno e, devo dizer, esse é o ponto alto da visita nessa região.
Rumo ao oeste, saindo da cidade, pegue a estrada de asfalto que circunda o Lago Argentino e aprecie a vista, do lado oposto ainda se avistam as montanhas nevadas da cordilheira dos Andes.
     Depois de percorrida a metade do caminho, as curvas ficam acentuadas, as montanhas com vegetação mais densa e verde, florestas enormes se apresentam à sua frente e, após quase oitenta quilômetros, você vai perder o fôlego: numa curva, de repente, aparece o Glacial, um gigantesco bloco de gelo azul maciço. Na entrada do parque você recebe as instruções, mapas e, depois de pagar, siga de carro por alguns quilômetros dentro do parque, estacione, se for por seus próprios meios, e comece a explorar as trilhas, que são caminhos muito bem organizados e sinalizados, com as distâncias percorridas e o percurso que falta para cada ponto de apoio ou mirante.
     Se a primeira impressão é a que fica, devo confessar que não consegui tirar os olhos nem por um segundo do azul do glacial, é hipnotizante. Dizer que é um espetáculo é cair no lugar comum, e isso é desmerecer a grandiosidade e beleza do Glacial Perito Moreno. Fiquei horas acompanhando o movimento daquele gigante azul, o silêncio solene faz parte do contexto, até os turistas murmuram. Às vezes, a queda de placas de gelo, que se desprendem, despencando lá do alto nas águas frias do Lago Argentino, quebra o silêncio formal, num estrondo que impõe respeito e nos faz desejar estar seguro em terra.
   Tirei centenas de fotos,mas para ser pouco precisa, pois nenhuma chega dar a medida exata do impacto da beleza natural que é o Glacial Perito Moreno, que me surpreendeu a cada minuto que eu passei ali. Só isso já valeria a pena chegar tão longe.
   Deixe-se aquecer pelo sol, protega-se do vento castigante, mas nem pisque para não perder nenhum detalhe, deixe impresso na sua alma essa experiência única.

Como Chegar: O mais fácil é de avião, vindo de Buenos Aires. Existem também várias linhas de ônibus que vão até El Calafate em estradas asfaltadas. Se for de carro, será preciso um pouco de organização e ainda de documentos na entrada do país, um bom guia e alguns mapas, e então se prepare para conhecer a patagônia argentina, pois o caminho já é uma aventura para os olhos.

Dica: Mesmo indo durante o verão, leve agasalhos, luvas, gorros, cachecol, roupas e sapatos confortáveis, e ainda impermeáveis para as caminhadas, pois é uma região que tem um alto índice de chuvas. Use protetor solar mesmo no frio, para proteger a pele de queimaduras.
Se você gosta de experimentar coisas típicas, prove a Cerveza Patagônia, é uma cerveja artesanal, feita na região, de cor um pouco avermelhada e de um sabor delicioso, é imperdível. Para o passeio no parque leve um lanche, água e frutas, faça um piquenique em um dos mirantes dos “senteros”, mas lembre de levar todo o seu lixo de volta.
Existe um Hotel dentro da área do Parque, que funciona somente alguns meses por ano. Todas as suas acomodações têm vistas para as geleiras, e ele é ecologicamente projetado para ser autossustentável – toda a água usada é reaproveitável, e o esgoto 100% tratado . Os preços são bem salgados, mas não se iluda, a procura é grande e, sem reservas, você não conseguirá vagas.•.

Artigo publicado  na Revista on line Vitrine RS

3 comentários:

Anônimo disse...

oi cristina, leio o seu blog hace mucho tiempo Posso sugerir de mudar a fonte da letra. Sempre penso em dizer e esqueço. É que eh ruim de ler.

abraços
manoella

Chris disse...

Ok, Manoella atendendo a pedidos, fonte alterada!! bju e obrigada!!

Anônimo disse...

tres bien! merci

manoella