Lanterna dos Afogados”, velha sala negra de um sobrado colonial, que acolhia os negros que trabalhavam no cais, marinheiros, mulheres, todos o frequentavam para ouvir músicas, modas tocadas ao violão, histórias de arrepiar.
O botequim pertencia à viúva de um marinheiro que o montara havia muitos anos, ela era uma mulata escura que fazia arroz-doce para os fregueses e “bóia” para os marinheiros..
Lá em cima do morro via a fila de luzes que era a cidade em baixo. Sons de violão se arrastavam pelo morro mal a Lua aparecia..
árvores que se fecham, o silêncio do mato, sem fim se estende na sua frente.
Ficava no Cais do porto, onde as mulheres esperavam seus maridos voltarem do mar, naquela angústia de não saber se voltariam, os aguardavam à noite, no porto, com suas lanternas acesas a fim de ajudá-los a encontrar mais facilmente o caminho de volta pra casa.
Outros encontraram o caminho do mar, que era a única solução para a vida de solidão que levavam. O espaço condicionou as ações das pessoas, que era marca da liberdade e da tristeza, da vida e da morte.
Jibiabá – Jorge Amado -1935