quinta-feira, 31 de março de 2011

No ritmo dos caranguejos

 

 

delta caranguejo

Perdi a noção do tempo,
hoje pra mim era amanhã.
Ao me dar conta de que dia é hoje,
constatei que  tive dois ontem no anteontem,
o tempo parou em algum lugar
ou fui eu que perdi o trem..
Agora corro atrás do tempo perdido
minha partida esta bem perto.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Cavalo Marinho

 

Delta

Um dia inteiro pelo Delta do Parnaíba: Dunas, praias desertas, lagoas de água doce e transparente, guarás azuis, caranguejos vermelhos e
Josias - o guia e piloto do barco -  mostrando as belezas, delicadezas e surpesas dos manguezais.

Delta do Parnaíba

 

delta (78)

Navego por entre os manguezais, caminho por dunas e lagoas, e mergulho no mar quente  para matar a saudade de casa.

terça-feira, 29 de março de 2011

Clareia manhã

 

Tutóia de manhã

Sobre as águas prateadas do Delta,
caminho pela praia,  sem destino
ainda é muito cedo, ou talvez tarde demais.

domingo, 27 de março de 2011

Quando em viagem

 

Uma realidade paralela
Uma impressão dispersa
Uma vontade esquecida
Um retorno que aguarda
para uma vida cotidiana
que ficou no mesmo lugar.

sábado, 26 de março de 2011

No meio do nada

 

Lençois (32)

Muito fina a areia que o vento levava,
nas dunas os contornos
desenhavam as curvas
em  pensamentos perdidos.
E eu me distraía
com a imensidão branca
em busca do horizonte salgado.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Vida Difícil

 

 

lencois (41)

As palavras são dispensáveis.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Pensando bem

 

Tentei não pensar
Tentei não lembrar
Tentei por fim,
não esquecer
Mas tem um céu azul do lado de fora
Tem a música nos meus ouvidos
Tem nossa história diante dos meus olhos.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Até o fim do mundo

 

“Oh! tristeza me desculpe,estou de malas prontas
Hoje a poesia veio ao meu encontro
Já raiou o dia, vamos viajar
Vamos indo de carona
Na garupa leve do vento macio
Que vem caminhando,
desde muito longe
Lá do fim do mar ”

As fotos e o relato, tudo junto na viagem do deserto até o fim do mar, pelo Chile e Argentina, está tudo la no site do Aquarela. http://www.veleiro.net/aquarela/Textos/Até%20o%20fim%20do%20mundo.htm

domingo, 13 de março de 2011

De tanto avesso virou tudo do direito

 

Teve pássaros de manhã
se esgoelando até me acordar.
Teve sol até esquentar
Teve chuva sem molhar
Tem coisas que não cabem
na mala ou na bolsa
quando vou aprender a não carregar meio mundo.
Sublimar  e invejar a vida de tartaruga.

sábado, 12 de março de 2011

Memória

 
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade

O fim da linha


Lógico que não será a última vez
Lógico que não cancelarei as palavras
Mas também é lógico que aqui
pensamentos, emoções e outras verdades
não serão mais ditas ou repetidas.
O ponto mudou de lugar
A pimenta, o limão vão temperar outros olhares.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Toda sexta-feira

 

Toda sexta-feira toda roupa é branca
Toda pele é preta
Todo mundo canta
Todo céu magenta
Toda sexta-feira todo canto é santo
E toda conta
Toda gota
Toda onda
Toda moça
Toda renda
Toda sexta-feira
Todo o mundo é baiano junto

Adriana Calcanhoto

Busco fechar os olhos para não ver

 

Busco as palavras certas
Mas talvez errada seja a hora
A situação, o lugar
Ou não,
Tudo o que tem que ser o que é
E ponto

quarta-feira, 9 de março de 2011

Tempo consumido

 
Cada palavra é um lamento.
Um gemido transparente.
Um  desejo que se dilui na distância.
é preciso escolher,
mas não há mais nenhum parâmetro.
Me encontrar em mim mesma,
para doar alma aos ventos.
Deixar de agradar as vontades sem eco.
Busco uma janela sem sol,
um horizonte mais próximo.
Onde provocar esse silêncio velado,
refletido, tão repleto de metáforas?

domingo, 6 de março de 2011

Para que?


Minhas revoluções já começaram há muito tempo
E você continua pensando em que armas vai usar.
Para que?
A nossa revolução não precisa de armas,
ela é justamente para acabar com todas elas.
É para que as pessoas vivam os seus sonhos
Para se livrarem dos limites que se auto impuseram,
não posso esperar você se decidir pela milésima vez
e na hora H,  outra vez adiar a partida,
você não merece perder
você tem tudo para ganhar
essa derrota eu não quero - eu não vou assistir.
O único limite que eu tinha era eu mesma.
E esse já não existe mais.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Ou tem uma eternidade ou foi ontem mesmo

 

 

Aquarela, dias antes da partida

 

No dia 3 de março de 2003 – num sábado de carnaval -, à 15h30, há quase 40 milhas da costa do Espírito Santo, já no través de Barra do Riacho, numa viagem em solitário, meu veleiro Aquarela perdeu o leme, não foi uma avaria, quer dizer não quebrou, simplesmente ele desembarcou, afundou no mar de Iemanjá, fiquei a deriva por quase uma hora, até que ancorei no meio do nada.
Daí a história continua no diário de bordo no site do Aquarela, se tiver curiosidade pode  clicar aqui  para ler esse relato.
Isso aconteceu há oito anos e por acaso hoje me lembrei, na memória parece que foi ontem, na rotina que a vida me leva parece uma eternidade.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Com o sol na bagagem

 

Estou sempre fazendo
e desfazendo malas
Sempre no movimento
Seguindo a rota do Sol