quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Baia da Ilha grande

Minha casa é móvel, viajo com ela
pra onde houver mais de 2m de água sob a quilha
Mas ao ver a ilha grande já me sinto em casa.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Os dias contados pelo entardecer

Tororo

campinho

marau

buzios

Das coisas que vi e guardei na memória

Ao anoitecer,  fomos passear na vila, Maraú,
ainda estava enfeitada com luzes de Natal.
Vi uma menina entretida, sozinha, distraída no seu jogo,
encher um copo descartável, branco
com as pequeninas luzes vermelhas da decoração.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A foto que não tirei em Maraú

Amanhecendo
Uma canoa
Um homem
Sua cabra
E seu cachorro.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Livre

 

Me sinto assim acuada por loucuras externas.
Quero sair sem rumo, sem limite, sem objetivo,
Ver as coisas, as pessoas, me misturar e confundir
Com tudo que vejo e tudo que não sei.
Ando cansada da coerção, da neura ,
da tristeza alheia que contamina.
Mundo esta perdendo o encanto.

Numa noite escura

Uma pequena canoa
Um casal silenciosamente,
remava no mesmo rítmo.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O que é morrer?

Senão deixar coisas por fazer.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Felicidade carioca

Desde ontem a vida tem sido mais leve, deve ser o sol, o vento e o rio.
O sorvete, as vitrines, todas essas coisas que fazem daqui um lugar de férias.
A arte, os livros, as possibilidades, um ar qualquer de improvisso, e urgência.
Uma sorte de acordar do lado certo da cama.
Bom dia ao meio dia, ao entardecer espero, lá do alto, o sol se despedir.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Rio de Janeiro por Simone de Beauvoir

Baia de Guanabara, vista aerea, outono de 2008




“O solo eriçou-se de montanhas denteadas, de “dedos de Deus”, e picos sem vegetação, de pães de açúcar; descobri uma baia semeada de inúmeras ilhotas e tão vasta que meu olhar não conseguia abarcá-la por completo. Rio. A beleza de Copacabana é tão simples, que nos cartões postais não a percebemos: foi preciso algum tempo para que ela penetrasse em mim. Abria minha janela no sexto andar; entrava no meu quarto um vapor quente, com um fresco odor de iodo e sal, e o marulho das grandes ondas. A linha dos altos edifícios abraça, em seis quilometros de extensão, a curva doce da vasta praia onde morre o oceano; no meio, uma avenida rigorosamente lisa: nada atrapalha o encontro das fachadas verticais com a areia plana; o despojamento da arquitetura harmoniza-se com a nudez do solo e da água. Uma única mancha de cor, na brancura da praia: pipas de aluguel, vermelhas e amarelas, com manchas pretas. Era inverno, e só se percebiam raras silhuetas, paradas ou em movimento, entre a calçada e o mar. De manhã cedo passam as empregadas do bairro; depois, por volta das 8h, as pessoas que trabalham durante o dia; e finalmente os ociosos e as crianças. Poucos tomam banho: as ondas são fortes demais; há enseadas e praias mais protegidas em outros lugares; em Copacabana as pessoas molham os pés, estendem-se ao sol e jogam futebol. Era difícil pensar que essa solidão indolente, que o esplendor bruto do oceano e dos rochedos pertenciam a uma grande cidade compacta e febril. À noite, uma bruma com cheiro de estufa peneirava as luzes dos edifícios e o neon dos cartazes: e nada mais no mundo se poderia desejar, além dessa cintilação e dessa fresca umidade.
O bairro morre junto a uma rocha cortada por algumas ruas, mas que geralmente se atravessa por túneis. Por toda a cidade do Rio há morros e pedras que interceptam suas ruas, e que são atravessados subterraneamente por avenidas. Esses monte são cobertos de vegetação, e a floresta invade a cidade, sitiada também pelo oceano: nenhuma outra grande cidade pertence tão integralmente à natureza. Um passeio de carro pelo Rio, é uma sequência de escaladas e de curvas, de quedas imprevistas, de descidas íngrimes, com bruscas e magníficas descobertas sobres os rochedos da costa, com seu colar de praias…”

Texto do livro A força das coisas / Simone de Beauvoir em sua visita ao Brasil em 1960

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Assim eu vi o Rio

Essa maravilha é o que vi agora mesmo, entrando pela baia de guanabara.

Declaro que chegar no Rio pelo mar,  é uma visão que impressiona não só pela beleza, mas  os tons, as sombras, as cores, a grandeza, a beleza das montanhas, as ilhotas, o mar, a baia que une tudo num denominador comum, as águas (poluidíssimas infelizmente) do Atlântico; e ainda uma ponte gigantesca como a hospitalidade brasileira. Embora os cariocas reivendiquem a posse da cidade, o Rio é de quem a ama (e tem milhares de cariocas por adoção), com todos seus problemas de cidade grande, de quem se deslumbra e fica sem fôlego quando deita sobre a cidade o primeiro olhar. Eu que  tenho até carteira de identidade, passaporte e namorado carioca, ainda me encanto e fico sem palavras a cada vez que entro no  Rio pelo mar; afirmo e dou fé que é a cidade mais linda do mundo (que eu conheço, naturalmente)  chegando-se pelo mar.

Assinado: Christina, paulista de nascimento, mineira por criação e carioca por  adoção.

 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Capacidade

Para me irritar precisa fazer muita força
mas pra me tirar do sério é num instantinho!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Abel Aguilar

Abel no ano passado qdo trabalhamos juntos no Pico Alto.










Hoje a notícia é triste, porque a morte de um amigo e de forma tão violenta,
leia mais:
http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=18176&mdl=50
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1069245
http://pintandoosetti.wordpress.com/
http://maracatublog.wordpress.com/2009/02/09/piratas-a-bordo/
nos dá a impressão de que chega, basta de impunidade nesse país, basta de autoridades omissas; onde os assassinos ficam impunes, basta de leis permissivas.
Nem a justiça nem os monstros presos irão dar à viúva nem a orfã um conforto para a dor delas. Nem muito menos a figura paterna que essa criança irá crescer sem, com sua morte , toda a estrutura de uma família foi para o ralo, por que?
Por que esses monstros, usuários de droga (é a desculpa da hora), agem de forma absurdamente violenta, e consciente da impunidade, acabam com vidas, e não só do Abel Aguilar, mas de toda sua família, que terá de aprender a conviver com essa perda, com essa dor, que o tempo pode até amenizar mas não acaba.
Estou cansada de me sentir acuada pela violência que já não é virtual, uma violência que que atingue todos nós e contamina, pois a vontade que dá numa hora dessas é de reagir com as mesmas armas, pegar esses monstros 'drogados’ e fornecer muita droga pra eles, tanta e de uma vez só pra que eles tenham uma grande e única ‘viagem’ sem volta. Cadeia, cortar uma mão, é pouco. Esses infelizes, tutelados por essas infinitas ONGs/ direitos humanos, e por um governo hipócrita, uma justiça capenga, vão continuar do jeito que são, porque também eles fizeram suas escolhas; não me venham falar de doença, porque vício não é doença, é escolha sim, senhores!
Más escolhas, porém escolhas pessoais. Porque afinal ninguém coloca na sua boca, nariz ou veias à força as drogas que vc consome, ou com uma arma na sua cabeça te obrigando a viciar-se. O mundo tá cheio de gente que escolheu o vício e se deu mal e também de exemplos de pessoas que sairam do vício e se salvaram e recuperaram a dignidade.
Não tenho dó dos viciados, se tiver que ter pena de alguém será dos pais e parentes desses desgraçados que fazem a existência de todos um inferno.
O estado peca na educação, nas leis, na punição! E quem paga somos nós cidadãos, que no real conceito dessa palavra, é quem paga imposto, que trabalham e muito, que manteem esse país e que sustenta os incompetentes que fazem as leis .
Um tiro ou dois, a fração de segundos que durou a vida depois do disparo deve ter doido mais que o impacto fisico da bala no corpo, saber que acabou, não há nada pra fazer que mude o fim, o seu fim. O que me dá raiva é me sentir de mãos atadas, me sentir a mercê dessa violência sem poder fazer nada, esse papel de vítima mata por dentro a esperança de viver num Brasil melhor.'
Minha alma fecha os olhos e chora sinceramente.

Abel, descanse em paz!!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009