sábado, 30 de abril de 2011

Decompositora

 

Hoje é um dia de música. Desde pequena fui influenciada pela música que ouvíamos em casa, geralmente clássica.
Ouvindo Águas de março, me lembrei que foi a segunda música que tenho lembrança de saber cantar decor aos 4 ou 5 anos de idade, a primeira foi Carinhoso, mas que eu inventava os versos em idiomas também inexistente.
Depois foi me lembro ainda primeiro LP, era dos Secos e molhados.
Ai veio o Chico, o  Buarque de Holanda, um LP de capa em detalhes verde, como seus olhos mais verdes ainda. Foi uma paixão que durou anos.
Muito tempo e outra cidade depois vieram os mineiros, eram muitos e  muito bons, Elis e bossa nova que já não era tão nova conheci na mesma época; mais meia década vieram as bandas roqueiras de Brasília.
Ai meu gosto foi tendo tendências diferentes da moda. Agora ouço música do mundo todo, de estilos diferentes.
Mas confesso que ainda não tolero funk, punk, pagode de quinta categoria e nem sertanojo.
Tentei eleger a minha música predileta, aquela.. a que me transporta para outro mundo, não  consegui achar uma única, porque na minha vida a música nasceu para dançar, para viajar, para trilha sonora, para sonhar, para recordar e acompanhar.
Ontem estava ouvindo Oblivion-  A. Piazzolla, agora to escutando Lanterna dos Afogados. Mas sei qual será minha última música, é a sinfonia de número 6 De Tchaikovsky.
A um outro detalhe nada muito alto porque mesmo ouvindo boa música gosta também de escutar meus pensamentos. E o melhor disso tudo é cantar inventando as frases de acordo com a memória ou a conveniência!!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Comum simplesmente

 

As vezes acordo cedo
As vezes durmo tarde
As vezes eu escuto
Como nos dias em que
a alegria é hospede
da surpresa, do simples..

Príncipe virou um chato ou sapo


Essa semana foi uma overdose da história do casamento real,
vi de tudo, de piadas à demonstrações de emoções.
Cifras absurdas dos valores envolvidos,
estáticas neuróticas dos desejos plebeus..
Mas uma coisa eu pude ver nisso tudo,
que hoje depois de séculos,
de ter mudado até de milênio,
a humanidade ainda acredita em contos de fadas.
As mulheres ainda esperam por seus príncipes,
mesmo que eles virem sapos depois.
E os homens sonham com suas princesas,
bonecas perfeitas segundo sua vontade.
O que vejo é um monte de gente infeliz
com a sua própria realidade.
Transportam para a fantasia,
não seus sonhos de uma vida feliz
ou diferente ou comum ou louca,
mas as conquistas alheias como sendo suas,
vivendo a ilusão do pseudo mundo perfeito.
Acorda que o dia já raiou faz tempo!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aniversário

 

 

Fazer niver é assim demora muito pra chegar,  dura pouco, vem precedido de um inferninho astral, e geralmente é um marco, um fim e início de ciclo.
O melhor de tudo que se pode comemorar quantas vezes quiser.
No meu  esse ano, as felicitações começaram uma semana antes, por causa do FB que mandou o aviso adiantado.
No dia mesmo eu trabalhei, velejando naturalmente, recebi muitas mensagens e telefonemas que me emocionaram.
Na volta pra casa  tomei banho de mar em Itanhangá, dois banho de chuva na hora de tirar a âncora e atracar.
Depois teve festa surpresa preparada pelos amigos que são tudo de bom nessa vida de verdade.
E agora já é o dia seguinte tem mais comemoração que mesmo atrasada tem gosto de quero mais, porque prolonga as homenagens por mais um pouco.
Se pensa que acabou que nada, na quarta tem mais festa!!
Estou muiiiitooo feliz!! Obrigada a todos meus amigos e familiares!!

sábado, 23 de abril de 2011

Jorge sentou praça na cavalaria


Oxossi aylodá yamalabê
Yambelequê yorô
Odé matá coroná

sacodoceu

Vermelho foi o céu e o mar. Vestidos nas cores do fim do dia.
”E eu estou feliz porque eu também, sou da sua companhia
Eu estou vestida com as roupas e armas de Jorge”

terça-feira, 19 de abril de 2011

Dia de índio

 

Dizem que a vida começa aos quarenta. Acredito mais que é a metade da estrada, daí por diante é morro a baixo. Cheguei até pensar em começar a contar de forma ao reverso. hoje eu estaria com uns trinta e quatro indo para os trinta e três.
Se me incomoda envelhecer, bom na maior parte do tempo nem me lembro, em alguns momentos até me irrrita, principalmente quando sinto a limitação que a idade, os calores e outras coisinhas mais.
Mas de resto adoro festa e comemorações de aniversário.
Tempo, os dias, meses tudo segue e não pará nunca. Faço o que gosto como trabalho na maior parte dos meus dias, nos outros viajo, navego ou tomo banho de mar.
A vida hoje está muito parecida como foi em 2005 /06, poucas diferenças.. me lembro particularmente desses anos porque me aconteceram surpresas que adorei, como um dia de dezembro quando volto para o barco e encontro um presente de Natal, sem bilhete.
Depois na Páscoa ganhei um ovo do coelhinho  que deixou no meu barco, e que encontrei meio derretido quando voltei do charter.
Por duas vezes ganhei presente de niver, que encontrei quando cheguei a bordo. Foram fatos isolados de pessoas amigas diferentes.
Já trabalhei várias vezes no meu niver, sempre com algum tipo de comemoração. Esse ano tem páscoa, niver e trabalho tudo junto no mesmo dia. Podia vir acompanhado surpresas também.
É querer muito..

domingo, 17 de abril de 2011

Cheia a lua

 

A lua inteira de frente pra mim.
Seu multiplo reflexo no mar
Fico horas sentada no barco
Esperando uma brisa,
Um movimento definitivo.

Homenagem ao Tatuamunha


 
No charter que fiz semana passada,
com uma família muito legal israelense,
aprendi que sábado é domingo.
Meu amigo Hélio que está no Egito
acabou de contar que lá sexta é domingo.
E que nesses lugares hoje é segunda...
Aqui pra mim que vivo no paraíso,
hoje , ontem e anteontem foi e é domingo.
Mas amanhã... peraí.
Que Domingo é mesmo amanhã?

sábado, 16 de abril de 2011

Teus

 

Agora a pouco estava falando com meu filho  que tá lá longe, do outro lado do oceano.  Ele cheio de planos, de aventuras, contando-me sua próxima viagem,  das compras dos roteiros, das logísticas, para o País Basco e  a França.
Vão em três amigos de carro alugado, compras de mercado, foguareiro, couch surfing, caroneiro no meio do caminho de um site frances  e  cheios de novidades, expectativas.
Ai me lembrei da viagem que fizemos juntos por mais de dois meses.
Se tem um bom companheiro de viagem é ele. Nem vou dizer coisas como modéstia porque não gosto dessa palavra, gosto de intensidade, de qualidade e quando é bom é bom mesmo.
Me deu uma saudades !! Me deu uma vontade de viajar de novo com meu filho. Então Teus, boa viagem e divirta-se, seja feliz.
Logo, espero, estaremos mais pertinho pra nossa próxima viagem juntos.

030colonia (28)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Onde nascem as lembranças..

 

Do cheiro de terra molhada na hora da chuva
De uma música antiga que se ouve de repente
De conversas inesperadas
No banho de mar ao entardecer
As lembranças existem simplesmente.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Coisas que me acontecem

 

 

alcantara (93)

Perdi o barco que faz o transporte para Alcântara, ele sai muito cedo às 7h da madrugada, quem me conhece sabe o quanto eu amo acordar cedo, mas nesse dia corri ,cheguei lá às 6h55, mas já estava lotado. Tinha um catamarã que sairia  uma hora depois. Fui conversar com o dono do barco para ver se iria a vela ou com o motor de popa de 25 HP.
Conversa vai e vem, me informou que ia velejando. Me convenci e embarquei, não antes de contar que também velejava e que morava num veleiro e patatipatata (mea culpa -  falo muito mesmo).
Depois que saímos do porto e o barco pegou velocidade o comandante me chamou e me deu o leme e disse o rumo, ‘ali naquela ilha mais alta’.
A vantagem que na Baia de São Marcos sempre tem vento na mesma direção - través -  e a correnteza forte da maré vazando seus 6m.
Quando o comandante sumiu pra dentro do barco, houve um silêncio e desconforto geral, uma passageira pegou a direção do barco. Todos se olhavam e havia um burburinho no ar.
Levei o barco por meia hora,  que  planava, e eu me divertia.
Então devolvi o  leme para o dono do  catamarã e ouvi um suspiro coletivo... morri de rir!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vida interessante ou feliz

 

“ Pessoas com vidas interessantes não têm fricote.
Elas trocam de cidade.
Investem em projetos sem garantia.
Interessam-se por gente que é o oposto delas.
Pedem demissão sem ter outro emprego em vista.
Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram.
Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes.
Não se assustam com a passagem do tempo.
Sobem no palco, tosam o cabelo,
fazem loucuras por amor,
compram passagens só de ida.
Para os rotuladores de plantão, um bando de inconseqüentes.”
Marta Medeiros

domingo, 10 de abril de 2011

Ex onze voltas

 

Refazendo meu colar de 11 voltas,
de sementes de capim navalha,
De repente cai o espelho,
do nada em cima de tudo,
pra salvar minha sorte,
dos 7 anos de azar
caso ele quebrasse, fiz um caos,
todas as 8 milhões de continhas
se espalharam pelo barco todo.
Agora que catei todas de novo,
descobri que consegui juntar
somente  metade que deixei cair
o resto se perdeu nas profundezas dos porões.
Sigo a vida espalhando sementes de capim navalha !

sábado, 9 de abril de 2011

As velas do Maranhão

 



Navego pelo mar
   Atravesso as marés
               Levo nas velas as distâncias
    E no vento o sabor

sexta-feira, 8 de abril de 2011

“Quando o segundo sol chegar para realinhar as órbitas dos planetas…”

 

Tem gente espalhada pelo mundo todo
Gente que fala o mesmo idioma que eu
E que navega, flutua ou circula pelo mundo
inclusive o virtual
Que lêem o que publico aqui,
as vezes comentam,
outras mesmo em silêncio 
se manifestam nas entrelinhas,
e repetem o mesmo gesto
de se supreender, de se calar
lá do outro lado do indico, do pacífico, do atlântico
da serra, das montanhas, das curvas..
E se o segundo sol não chegar
e se as órbitas continuarem desalinhadas,
e se o nunca virar pra sempre
ainda assim existirão
as palavras escritas
as ditas palavras…
e que agradecem e agradeço eu também!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Onde o céu toca o chão

 

dunas e lagoas, lençois maranhenses

Tão baixo era o céu
Tão alta eram as dunas
Tão longos eram os ventos
Que se misturavam
e se tocavam lá perto, no infinito.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Novo Rio

 


Ontem na rodovária quando voltava pra casa, me acontece algo no mínimo inusitado, estava lendo esperando a hora do bus, tinha do meu lado um rapaz com uma mala pequena e um pacote que podia ser um presente. Do outro lado dele uma senhora.
O rapaz se levanta e diz pra mim dá uma olhada nas minhas coisas que só vou ali buscar uma coisa pra beber, eu devo ter feito uma cara, porque ele imediatamente disse é rápido, e não tem uma bomba na mala, juro que não demoro.
E desapareceu, passado uns cinco minutos a mulher me olhou e disse que  tinha pegar seu ônbus, me contou uma historia confusa que não entendi direito, me distrai por um segundo e ela também desapareceu, assim como rapaz, no ar!
Olhei para todos os lados tentando reconhecê-lo, mas já não me lembrava nada da sua fisionomia, nem se quer da sua roupa a não ser uma vaga lembrança de algo bege.
O tempo foi passando cheguei a ler um capítulo inteiro, e comecei a ficar incomodada com a situação, tudo bem que bomba não é coisa pra Brasil, mas e se for algo assim ilícito que qualquer outra pessoa venha pegar, deixo pegar? e se.. Ou ainda for aquela pegadinhas ridiículas que passam domingo a tarde na TV? Nóia de quem acabou de voltar de férias do interior do inteiror do Brasil e caiu de paraquedas na rodoviária da cidade grande. Desconforto!
Aiiiaaaa estava tão tranquila e quietinha, entretida com meu livro.. comecei a não prestar a atenção nas palavras que lia, buscava um plano B, se desse a hora do meu ônibus sair.. procuro um guarda, um segurança? Vou embora  e deixo a mala ali?  Olho de novo no relógio gigante perdi a noção do tempo, tem quinze minutos ou meia hora que o cara saiu?
Tem gente que é assim tranquilo com a vida, com suas coisas, com os códigos de ética afinal tinha dado minha palavra. Deixa seus pertences com um estranho olhando para não serem roubados.. coisas e atitudes que só encontro no meu Brasil.
Acabei relaxando  e continuei lendo meu livro.
Ahh  quer sabe se o rapaz voltou?
Sim, demorou mas apareceu, sorrindo, bebendo guaravita, falando sem parar no seu telefone/rádio  e sua blusa era listrada de preto e branco e a bermuda amarelo claro, quase bege.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Maluquinha do Mar

 

Caburé (8)

Pra quem conhece a  minha história, entenderá minha simpátia por esse barquinho, e não vou dizer mais nada. Quer saber porque… leia no link.       

sábado, 2 de abril de 2011

Voltando

 

 

tutoia (21)

 

tutoia (10)


 

A viagem de Barreirinhas até Paulino Neves foi uma boa aventura,
com trilhas que desapareciam, dunas e lagoas, foram quase 4 horas para percorrer 72km, de uma beleza que nos faz esquecer todo o resto do desconforto.
Mas a volta de Tutóia direto para São Luis foi um caos, gente passando mal, pneu furado, um zilhão de paradas e 10h de viagem.
Ninguém merece. Quer uma dica?
Vá  e volte pela mesma trilha, é mais bonita e divertida.