quinta-feira, 5 de maio de 2005

O que sei de silêncios

 
Mas importante do que se fala é o que não se falou.
O que é amor senão estar frágil em meio a um tiroteio,
no momento de se reconhecer comum e dispensável...
e o incomensurável torna-se alimento
imprescindível da contuinuidade
... e ceder ao fascínio de me expor
e, me supor mortal, nua e fulgás.
Os desejos se satisfazem dos acasos,
senão ao te ver partir e querer tudo, todas as emoções
porque não te amo ao momento em que me adoras.
Te sorrir. Te envolver, mas nada
tanto nada... que nem sei amar
senão a quem me odeia e assim por um único segundo
me esqueci da angústia,
dessa solidão que me devora de prazer.
Me desfaz, maltrata e ama
Num amor exclusivo, de delírios e sombras
tão frio que nem sinto o ardor do seu corpo aquecido ao sol.
Como uma dor pungente,que não dói,  goteja, de loucura e fantasia.
Entrego a cada palavra, pedaços do meu corpo, aos punhados,
como terra antes da chuva, pouco antes de se tornar barro,
para me transformar, tornar à unidade
expressa por mãos, que ocultam os segredos dos sonhos,
da verdade, do óbvio.
Nesta vontade de sair correndo, percorrendo a outra estrada,
a gruta... a água
os pássaros negros povoam que meus pensamentos.

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