Algumas coisas que acontecem nas nossas vidas, são únicas
e jamais juntaremos todos os elementos que geraram a experiência.
Estava em Trani, embarcada; vizinho a nós estava outro mega-veleiro,
as tripulações se juntaram e fomos jantar num pequeno restaurante,
na estradinha entre Trani e Bisceglie.
Pediram de entrada azeitonas pretas (não curtidas) assadas na brasa;
me avisaram que era uma particularidade da região, que só iria achar isso lá, no ínicio do outono.
Ainda me deram instruções: – é forte, um certo amargor, e a primeira ofende o paladar,
mas insista e prove a segunda e não ira mais parar de comer.
E foi exatamente o que fiz a primeira, engoli rapidamente pra ficar livre do sabor amargo,
mas o cheiro dela na brasa era enebriante, não resisti e comi a segunda..
Trago no olfato o aroma, na boca o paladar e na ponta dos dedos o calor da olive nere
chi ho maggiando come un dio!
Jamais vi, achei ou provei essa especiaria de novo.
Claro que comi muitas; aquela situação única.
Jjá não somos mais vizinhos e da tripulação antiga de bordo só continuam dois.
O restaurante mudou de dono e cardápio.
Ainda bem que não fiquei de preguiça dentro do barco com aquecedor ligado a 25 graus,
do lado de fora fazia muito frio, venci esse frio com uma gase que chamo de agasalho
(mas que só serve para as noites de primavera na linha do equador),
me permitindo viver situações únicas e deliciosas.
Livro de cabeceira: histórias e outras conversas; nos mares, nos barcos, nas viagens, em todos os lugares. Tudo o que vi, conheci e vivi... ou ainda vou querer.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Oliva Nera
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