Faz muito tempo que ouvi essa história, e como acabei de ler um livro sobre as músicas
do Chico e seu contexto me lembrei disso que vou contar agora:
Havia um rapaz, amigo meu, que tocava muito bem violão, nas noites da cidade
ele apresentava o repertório quase completo do compositor Chico,
claro que ele tinha também uma namorada que não era muito fã de MPB.
Se conheceram num desdes shows nas noites frias.
Depois de uns meses de namoro, como cabe aos românticos,
de amores eternos, foram morar juntos.
Tudo era lindo amor, carícias e as poesias do Chico;
ela pedia uma coisa e ele respondia com o violão numa canção,
ela perguntava e lá vinha outra canção em resposta.
A música, as letras tudo se encaixava como num sonho
e ela foi se enamorando do compositor.
A rotina diária, as contas, a grana e a falta dela, as desavenças constantes…
um dia a casa caiu e enquanto ele tocava, ela partiu,
levou consigo todos os discos do Chico e os livros e fotos dele também;
por ironia seu nome era uma música, Rosa; foi morar no Leblon, Rio de Janeiro.
Na despedida escreveu na parede:
’O Chico ficou pra mim, na partilha da herança,
foi ele que nos uniu, mas foi te conhecer, que nos separou.’
Nunca mais se viram, ele também nunca mais tocou o Chico,
resolveu ser arquiteto e se mudou para USA.
Ela, a Rosa, eu soube muito anos depois virou atriz
e vaga pelas praias em busca de uns certos olhos verdes que tocava violão
e lhe chamava de amor.
Livro de cabeceira: histórias e outras conversas; nos mares, nos barcos, nas viagens, em todos os lugares. Tudo o que vi, conheci e vivi... ou ainda vou querer.
sábado, 3 de abril de 2010
O Chico, aquele Buarque de Holanda
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Um comentário:
Ótima história Chris, seu blog continua ótimo!
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