quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Despedidas







Parem todos os relógios, calem o telefone,
Impeçam o cão de latir com um osso ,
Silenciem os pianos e ao som abafado dos tambores
anunciem a vinda do caixão com seu cortejo .
Deixem os aviões, em círculos, a gemer no céu
e escreverem a mensagem, Ele Morreu,
Que as pombas guardem luto com um laço cor-de-breu.
Ele era o meu Norte, meu Sul, meu leste e Oeste,
enquanto viveu, meus dias úteis, meu fim de semana
Meu meio-dia, meia-noite, minha fala, e canção;
Meu porto seguro nas tempestades;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.
Apaguem as estrelas uma a uma, elas não são necessárias;
Desmantelem o sol e guardem a lua;
Despejem o oceano e destruam a floresta;
pois nada mais será como antes,
a dor agora é inevitável.

(adaptação de um poema de W H Auden)

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