Nunca sei o que é pior, se é a incapacidade de ouvir a própria intuição ou o medo que racionaliza e congela a solidariedade?
Presenciei às avessas um comportamento humano que me causou muita tristeza e repulsa.
Apareceram dois jovem de bike num encontro do povo do mar, jovens, simpáticos e duros queriam confratenizar e conhecer gente dos mares, pois seus universos estavam sobre duas rodas. Eram divertidos, educados, inteligentes e sensíveis.
Como alguns de nós ainda nos lembramos das nossas peripécias juvenis, ou porque temos filhos na mesma idade e torcemos que alguém faça por eles o mesmo que nós, adotamos parceladamente esses dois jovens, um casal os convidou pra jantar, eu e o aquarela emprestamos duas camas pra dormir, e um amigo ofereceu o café da manhã.
Para ser sincera segui unicamente minha intuição e capacidade de reconhecer o lado do bem nas pessoas e também numa forma de retribuir e de agradecimento à toda gentileza e carinho que recebi durante todo meu percurso náutico até hoje.
No dia seguinte, outras conversas, batalhas e troca de idéias dariam o rumo dos acontecimentos, mas o que aconteceu foi outra coisa, algo muito infeliz diga- se de passagem, uma personagem não fictícia teve um comportamento pleno de ‘pré-conceito’, e esbarrando à falta de educação, cortou o sonho jovem pela raiz, como um mau a ser estirpado. Porque não os conhecia, porque viajavam de bike, porque tinham mochilas nas costas, filmavam e fotografavam tudo com curiosidade, porque não fez as perguntas para conhecê-los, porque não sabia que eram estudantes e formandos, porque decidir é se responsabilizar e não decidir também, porque juntou nas próprias idéias e palavras argumentos racionais pra não confiar nos jovens. Magoados partiram.
Quando soube do desfecho da história, fiquei triste e aborrecida como a natureza humana está se esquecendo da solidariedade, aquela solidariedade que não cobra na saída.
E que horas mais tarde ovaciona atitudes tão altruístas de outras pessoas.
O que eu faço eu acredito e assumo, sempre! Cuidado o medo congela!
E sem nem esperar vem a surpresa e a certeza de ter seguido a intuição verdadeira.
Hoje de manhã no que fui me despedir do Aquarela, e passar o checklist para inverná-lo, me deparei com uma carta de agradecimento, amizade, carinho e um presente símbolico de dois jovens de bikes que pedaram de volta pra casa na chuva.
Boa viagem amigos de 2 rodas.
Livro de cabeceira: histórias e outras conversas; nos mares, nos barcos, nas viagens, em todos os lugares. Tudo o que vi, conheci e vivi... ou ainda vou querer.
domingo, 14 de junho de 2009
Como as pessoas se esquecem de quem foram
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Um comentário:
Não te preocupes, quem anda de cara ao vento e á chuva sabe ver a diferença. Tem que haver de uns para valorizar outros, eles sabem isso, demonstraram-no sobre a forma de um presente.
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