segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ontem

 

Busquei no espelho uma imagem conhecida,
a ídéia que eu tinha de mim mesma.. uma estranha me sorriu.
Podia ter sido outra pessoa, mas era eu. Não gostei de me ver sem ser como fui ou melhor como me via antes, sem precisar olhar em espelhos, antes de envelhecer, aos poucos, todos os dias e; não se dar conta que é sempre para o fim que caminhamos , nem sei onde ficou minha juventude, meu corpo leve, jovem e saudável, de ontem.
Hoje esta lento e de formas que me são estranhas, que ainda não me acostumei a elas. Me pergunto porque não sou a imagem que tenho de mim mesma, que sei ter sido. Onde envelheci ou fui trocada por essa outra mulher madura?
Quando tinha  15 anos achava que mulheres de 30 anos eram velhas, maduras e experientes, aos 25 já pensava que ao chegar aos 40 eu estaria na reta final pouco restaria de vida dentro de mim, seguiria o rumo da vida como minhas ancestrais, nada de novo pela frente senão aprender a lidar com as perdas.
As perdas vieram assim como os quarenta e poucos anos, e junto com tudo isso vieram novas emoções e mudanças radicais. Que eu nem imaginava ou sonhava. O tempo passou tão rápido que nem lembro de tudo que aconteceu, porque não  prestava atenção estava somente vivendo cada instante, mergulhando nas coisas que iam me acontecendo e aparecendo.
Agora as horas se alongam quando me percebo desperdiçando precisos momentos que não poderei recuperar, e ainda há horas que voam alto, longe, desaparecem entre meus dedos quando aproveito os detalhes que me oferece o dia.

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