Um destino me portará um presente
e serei eu a abrir o vaso de Pandora.
Livro de cabeceira: histórias e outras conversas; nos mares, nos barcos, nas viagens, em todos os lugares. Tudo o que vi, conheci e vivi... ou ainda vou querer.
hoje é um dia desperdiçado
como tantos outros
que a força me foram roubados
pelo destino que não comando
“Boas intenções, como sempre,
às vezes não bastam, antes costumam causar danos,
sobretudo nos momentos errados “
Raffaello Mastrolonardo
“Buone intenzioni, come sempre,
a volte non bastano, anzi spesso fanno danni,
sopratutto nei momento sbagliatti”
Raffaello Mastrolonardo
No fim das contas
nada nem ninguém muda
só de vez enquando que
alguém nasce ou morre, amém!
Tenho uma tendência extraordinária de fazer planos
e mergulhar até me afogar em sonhos falidos!
Entardecendo
De pernas para o ar
Nem acredito que meu domingo
Está começando agora, fico olhando
o porto, os navios e o vento fresco
me arrepiando a alma
Tantas horas de diferença entre nós dois,
que nem parece que estamos morando
no mesmo planeta.
Meu dia começa quando vc ainda dorme.
Estendo meu dia para encontrar com o seu
Não quero nem saber, faça sol, chuva ou vento
Quando setembro vier eu ja nao estarei mais aqui
Melhor ainda estarei em estado de graça.
E não é inverno
meu desejo é a sombra da razão,
que se desprendem, desejo e razão,
somente em noite sem lua
como hoje que ela é so uma lasca,
uma lasca de unha no céu vermelho.
Não tenho vontade pra mais nada
Essa rotina idiota de mulherzinha
Está acabando com minha paciência
Não demora muito.. não
Quando eu fico querendo
que as pessoas se desintegrem da minha frente,
Já é hora de partir!
Hoje não sei dizer qual é minha cor predileta,
Já foi verde e depois preto,
Ultimamente tenho usado branco.
Ainda adoro chapéu enorme e óculos azuis,
Echarpes, cachecol, lenços, pareos, fitas e
panos ou trapos de qualquer tamanho,
faço coleção de tanto que gosto.
E quando eu me declarar velha,
e nem imagino como isso acontecerá,
ai sim, vou usar perucas coloridas
e vagar pelas ruas e praças brincando com todos;
rindo e sorrindo de quem me achará louca.
Da minha aposentadoria terei somente o arrependimento
de não ter pensado no futuro,
porque apostei alto que minha vida,
apostei que ela não se estenderia por tanto tempo assim.
Pois só me alimentei de chocolates, laranja,
damasco e cerejas e claro de queijos
Viverei um lugar de calor, mar, sombras e sol,
alias so viverei dias de sol
quando chover me mudo para o inferno,
se existe não sei mas, com certeza não chove lá.
Será que usarei vermelho finalmente?
“Non ho girato tutto il mondo,
ma ho la sensazione che la mie vita
nin abbia sempre seguito i sentieri battuti
e proprio per questo potrebbe interessare
anche ad altri.
Dovrei uindi essere definito un'anima irrequieta e
senza radici, una de quelle persone la cui
" aspirazione più profunda è il desiderio di viaggiare."
Fino ai quarant'anni non avevo mai vissuto più di qualche
anno allo stesso indirrizzo.
Fino alla stessa eta sono riuscito a evitare de avere um "lavoro a tempo indeterminato".
La vita, pensavo, dovrebbe al massimo
essere intercallata da virgole, punti e
virgola e puntini di sospensione, e lo penso ancora.
Il punto fermo arriverà ogni caso, un giorno o l'altro.
Per molto tempo non o posseduto niente: sola una barca;
gran parte degli ultimi anni li ho passato fuore.
Per sei anni lo vissuto a bordo
della mia barca a vela, e se devo essere sincero,
non sono stato così felice come allora.”
Toda pousada, hotel ou outra forma qualquer de hospedagem, nas diárias além do café da manhã
tem o tradicional ‘passa lá’. No interior a gente tá sempre encontrando com conhecidos.
Alias todo mundo conhece todo mundo. Na rua, no banco da praça, na venda (mercadinho),
na leiteira, na padaria. E conversa vai, conversa vem, na hora de despedir, diz :
- " Vai lá em casa. Passa lá !!
Então voce não convidou a pessoa para o almoço, nem para o jantar nem para um lanche.
Mas, enquanto vai mantendo um dedo de prosa com a visita, coa um cafezinho, faz um chá .
Se tem fruta no pé , tem suco. E pra não ficar café com língua, voce coloca o bolo na mesa,
ou outra quitanda (quitutes). Se na conversa voce conseguir saber que o fulano tá de regime ,
vai o queijo também. E queijo nessa terra é conversa séria, do melhor e que sabor.
Os doces de leite e goiaba então nem se fale, mas cada lugarejo tem sua especialidade.
Diamantina tem o bol di miii (bolo de milho)
São Gonçalo do Rio Preto tem gleii di hibiic (geléia de hibisco)
Serro tem o quejim (famoso queijo do Serro) delicioso e barato
Já no Tabuleiro tem bol di cubu (bolo de fubá com queijo) e pastel de angú
De São Roque, na Serra da Canastra, tem o queijo branco tipo canastra, que é de comer ajoelhado
Viçosa tem o melhor doce de leite ‘taiado’ talhado.
Cabeça de boi tem pão feito em forno de lenha e o melhor pão de queijo do planeta, receita da Bá
Beagá tem as delicias de boteco e jiló de tudo que é jeito.
Acabou não: tem tanto rio e cachoeiras, tanta poeira na estradas de sobe e desce montanhas
Uma gente hospitaleira, que sempre tem tempo pra um dedo de prosa co’cê,
pra contar causos e perguntar de onde vc veio, só por gentiliza
porque bom mesmo ‘ é os trem das gerais’.
De brincadeira ganhei de aniversário a cachoeira do Tabuleiro,
mas pra ir buscar o presente tive que andar
morro abaixo e morro acima por 3 horas e muitos litros de suor;
foi incrível a visão de toda aquela água caindo sobre o lago negro
e o indescritível banho, mais frio que tomei na minha vida.
Mas de verdade mesmo, no dia do niver estavamos em Cabeça de Boi,
ai sim eu ganhei o melhor presente de todos:
Um enorme banheiro com vista para o mar de montanhas da Serra do Cipó,
e o inesquecível banho quenteeee de banheira, de horas..
Foto não tem, não. Porque fiquei apreciando a vista
lendo, dormindo, conversando na banheira.
Tudo de bom é o contraste que nos permitimos ou ganhamos!!
Três horas, três longas e penadas horas andando!
Tá certo que na verdade a última meia hora
foi quase se arrastando.
Pior que o sobe desce da ida é a volta,
pois nada mais é novidade
e o cansaço já esta deixando as energias pelas tabelas,
melhor ficou lá embaixo, no mergulho, nas águas frias.
Aqui foi uma leve subida, de uns quinze minutos até o mirante da cachoeira do Tabuleiro, Conceição do Mato Dentro – MG
Terra do queijo
Do queijo do Serro
A antiga Vila do Príncipe do Serro Frio
Cercada de montanhas
Das Minas Gerais
“Revejo nessa hora tudo que aprendi
Memória não morrerá
Longe, longe, ouço essa voz
Que o tempo não vai levar”
Milton Nascimento
Cachoeira da Sentinela
Parque Estadual do Biribiri
Diamantina - Minas Gerais
Sobe montanha
Desce montanha
E sobe de novo
Céu azul
Água fria
Cachoeira
Queijim e doce de leite
Tudo isso num mar de montanha.
Faz muito tempo que ouvi essa história, e como acabei de ler um livro sobre as músicas
do Chico e seu contexto me lembrei disso que vou contar agora:
Havia um rapaz, amigo meu, que tocava muito bem violão, nas noites da cidade
ele apresentava o repertório quase completo do compositor Chico,
claro que ele tinha também uma namorada que não era muito fã de MPB.
Se conheceram num desdes shows nas noites frias.
Depois de uns meses de namoro, como cabe aos românticos,
de amores eternos, foram morar juntos.
Tudo era lindo amor, carícias e as poesias do Chico;
ela pedia uma coisa e ele respondia com o violão numa canção,
ela perguntava e lá vinha outra canção em resposta.
A música, as letras tudo se encaixava como num sonho
e ela foi se enamorando do compositor.
A rotina diária, as contas, a grana e a falta dela, as desavenças constantes…
um dia a casa caiu e enquanto ele tocava, ela partiu,
levou consigo todos os discos do Chico e os livros e fotos dele também;
por ironia seu nome era uma música, Rosa; foi morar no Leblon, Rio de Janeiro.
Na despedida escreveu na parede:
’O Chico ficou pra mim, na partilha da herança,
foi ele que nos uniu, mas foi te conhecer, que nos separou.’
Nunca mais se viram, ele também nunca mais tocou o Chico,
resolveu ser arquiteto e se mudou para USA.
Ela, a Rosa, eu soube muito anos depois virou atriz
e vaga pelas praias em busca de uns certos olhos verdes que tocava violão
e lhe chamava de amor.
Embora a gente não tem muito como encomendar um fim de semana perfeito,
a melhor receita é convidar uma grande amiga para dividir sua rotina, no caso a bordo.
Sei que minha amiga se esforçou para chegar, tinha somente o sabado e domingo.
Os dias foram lindos ou quase, teve sol, calor e chuva melhor, banho de mar na chuva,
reservamos uma lua crescente a noite mas tivemos vento e tempestade;
com isso veio um balanço para ninar o sono.
Acordamos com o sol bem cedo, banho de mar, mais passeio e
uma prainha pequena de areia branca e grossa, água transparente e
um paraiso sem turista. Por que isso já não somos mais.
Sei que vc gostou mas eu adorei.
Agora só esperar um outro feriado,ou fim de semana
bons ventos para ela voltar a bordo e nos divertimos.
O perigo é gostar muito! Ah esqueci, teve até arco iris.
Algumas coisas que acontecem nas nossas vidas, são únicas
e jamais juntaremos todos os elementos que geraram a experiência.
Estava em Trani, embarcada; vizinho a nós estava outro mega-veleiro,
as tripulações se juntaram e fomos jantar num pequeno restaurante,
na estradinha entre Trani e Bisceglie.
Pediram de entrada azeitonas pretas (não curtidas) assadas na brasa;
me avisaram que era uma particularidade da região, que só iria achar isso lá, no ínicio do outono.
Ainda me deram instruções: – é forte, um certo amargor, e a primeira ofende o paladar,
mas insista e prove a segunda e não ira mais parar de comer.
E foi exatamente o que fiz a primeira, engoli rapidamente pra ficar livre do sabor amargo,
mas o cheiro dela na brasa era enebriante, não resisti e comi a segunda..
Trago no olfato o aroma, na boca o paladar e na ponta dos dedos o calor da olive nere
chi ho maggiando come un dio!
Jamais vi, achei ou provei essa especiaria de novo.
Claro que comi muitas; aquela situação única.
Jjá não somos mais vizinhos e da tripulação antiga de bordo só continuam dois.
O restaurante mudou de dono e cardápio.
Ainda bem que não fiquei de preguiça dentro do barco com aquecedor ligado a 25 graus,
do lado de fora fazia muito frio, venci esse frio com uma gase que chamo de agasalho
(mas que só serve para as noites de primavera na linha do equador),
me permitindo viver situações únicas e deliciosas.
‘Não deixe de aproveitar a vida, porque ela é curta demais..
E nem use isso como descupa para chegar em outros extremos,
e ai detonar com a tua credibilidade..
Porque ela continua’...
Segunda de carnaval, de noite, saindo do prédio da sogra, vejo tres orientais dois rapazes e uma moça
(não sei dizer se é chines, coreano ou afins, mas japones não era) e dois cariocas, todos jovens.
Então ouço a pérola
o carioca , falando pausadamente e alto acompanhado de muitos gestos, e usando o celular :
– c a r a m y t i o s p e a k inglês, perai que vou ligar pra ele ajudar vcs…
oi tio!?! entào tem uns japas aqui que só falam ingles, responde ai o que eles querem saber ;
o turista pega o celular do cara e começa a falar em ingles como tio, agradece e..
E ai, apertei o passo para ira embora, nem imagino o que aconteceu;
Porque, na verdade, não me interessa o fim da história, mas a motivação de atitudes desse tipo. Agora vai vc para o estrangeiro e pede uma informação.. se achar um cara que liga para o tio, e que te explica tudo num idioma que vc consegue se comunicar ( que não seja sua língua materna).
Se isso te acontecer, já sabe, desiste de jogar na loteria, porque a sorte não fica de bobeira na esquina, em pleno carnaval.
Busquei em vão entender ‘as gentes ‘ que estam por perto,
ou tem uma parte que sou, ou vim.
Mas, quer saber, cansei, não quero mais brincar
Tô fora, fui
Num tô nem ai!
Eu ainda não estou preparada para a velhice,
a vida que levo, esconde sua aproximação.
Mas as vezes a encontro instalada,
à espreita no espelho quando passo
e me olho sem grandes pretenções;
o reflexo dela me obseva sem esperanças.
Eu a detesto com todas minhas forças,
mas não já me desespero com sua irrevogável chegada.
.
Da janela do sétimo andar vejo no prédio da frente, no segundo andar,
um casal que me parecem aposentados, passam o dia todo no que foi uma varanda
e que hoje é fechada com enormes janelas, lá tem duas poltronas brancas e um sofá azul,
uma pequena mesa de centro e por fim o ar condicionado que é ligado raramente.
A qualquer hora do dia eles estão ali, sentados lendo, fazendo palavras cruzadas,
falando ao telefone ou dormindo, ele sentado e ela deitada num sofá de dois lugares.
De vez enquando na parte da tarde eles desaparecem, normalmente ficam juntos
e sem conversarem. Uma única vez vi uma visita, era um homem jovem,
conversava e gesticulava com intimidade, ah e no carnaval desse ano eles viajaram.
Quase toda manhã enquanto lê o jornal ele tem um pedaço de papel
para secar algum machucado no rosto feito ao se barbear.
Outras vez ele fica olhando fixo um quadro na parede.
Ela desaparece mais vezes, para dentro do apartamento, durante o dia.
Nunca os vejo conversando ou interagindo.
Devo confessar que não moro aqui, venho muito raramente, a cada dois ou tres meses,
mas não tem uma única vez que a rotina deles muda, agora mesmo sei
que se olhar pela janela, lá estarão eles no nada, no silêncio
e solidão da vida idosa de Copacabana.
Enquanto estou escrevendo a chuva aumenta, vou fechar minhas janelas,
não resisto e olho para baixo, a janela estava fechada, o lugar escuro
e não havia ninguém.. xiiiiiiiii.. o que foi feito dos meus vizinhos?
Um ditado, uma história,
uma festa, um fim de ano, uma viagem.
Ou é na contra-mão, na contra-regra,
na contra-corrente, ou contrassenso,
contra a lei, ou só é do contra.
Quase nunca falo de livros, embora adore ler.
Porque considero, livros uma escolha pessoal e intransferível.
Tá certo que o título me chamou atenção por causa das lembranças de infância,
das expressões do meu pai e de boas recordações.
Porém nem tem muito a ver com o contexto do meu passado,
mas ao mesmo tempo está muito ligado à um sentimento que me persegue há anos,
quando leio artigos em jornais, revistas, blogs, sites, alguns livros; a
idéia de que os jornalistas e/ou escritores estão subestimando a inteligência
e a capacidade de compreenção ou abstração do leitor, posso até estar exagerando,
claro que nem tudo que está escrito é assim, mas essas frases feitas e lugares-comuns
( .. ‘que tem origem no ‘medo do desconhecido’, no conforto medíocre de quem, preferindo não arriscar, se basta com fórmulas prontas ‘ – H. L. Mencken )
se tornaram figuras de linguagens e clichês irritantes, de pouca criatividade.
O livro é O PAI DOS BURROS de Humberto Werneck;
e como também tenho minha coleção parecida com a do autor,
e compartilho com ele a mesma aversão a pobreza de linguagem,
vou criar aqui um espaço para citar essas frases feitas e lugares-comuns
pra distrair, criticar, irritar ou divertir quem vier me visitar.
Para entender um pouco do que se trata o livro transcrevo um trecho:
”Se escrever vale a pena, deve ser para enunciar algo novo - e me parece um contrassenso,
sobretudo no jornalismo, tentar passar o novo com linguagem velha.
(…)Ele não pretende ser um index prohitorium. Nada de polícia.
Não se ofenda nem se avexe se encontrar aqui alguma ou muitas de suas expressões prediletas.
Há várias que também são minhas. O que se quer com esse livro é apenas recomendar desconfiança diante de tudo aquilo que, no ato de escrever, saia pelos dedos com demasiada facilidade.
Porque nada verdadeiramente bom costuma vir nesse automatismo.”
Para qualquer dezembro encomendo:
Dias de sol e beijos na boca
Manhãs de chuva para dormir até mais tarde,
Sonhos, ou um bom livro para noites insones
Amores possíveis para fazer feliz,
Mas somente um amor impossivel em toda a vida,
para contar as lembranças, aventuras e desventuras aos netos.
Trilhas sonoras: dançantes, divertidas, emocionantes.
Amigos pra viajar, rir, brincar, dançar,
matar as saudades, jogar conversa fora,
para abraçar, para chorar de emoção, sorrir
e ver o entardecer na rede,
o amanhecer na praia,
a lua no mar.
Coisas que não se salvam automaticamente
estão começando a me irritar.
Prevenir o imprevisível é banal
como a rotina de dias iguais.
Sinto como se o tempo estivesse esgotando
saindo pelas frestas das janelas,
entres os dedos, de baixo da porta
mais nada me anima;
aguardo numa espera que me angustia,
numa vida que não quero
uma rotina que me consome
e me faz ver somente os limites
não saio do lugar, não me mexo
minha mente ainda tem pequenos desejos e
planos, mas meu corpo esta estagnado,
conformado, deformado
quero mover, correr, partir
mas essa letargia me mantém refém
da paralisia que é minha vida agora.
Enviar essas cartas, mesmo ainda fora de hora,
serão respostas à futuras perguntas.
Na verdade eu só me cansei, não de viver, não é nada disso,
mas é da humanidade, da natureza humana,
das coisas que fazem as pessoas tão interessantes e
tão irritantes e repelentes!
Acabou o gás ou a energia, também não faz mais diferença nada disso, é que cheguei naquele momento
onde os valores perderam a importância.
Para quem enviar cartas? Por que enviá-las?
O que faltou dizer que não pode ser calado?
Ou deixar perdido numa memória volátil e imprecisa.
Houve um instante que a vida passaria despercebida,
numa normalidada banal, e nem todas as palavras escritas
ou faladas causariam mudanças no rumo do comum.
Foi um desejo, quase inconsciente, que me moveu até aqui,
e sem censura as cartas que ainda estou para escrever,
contará uma história que já não me pertence.
O prazo de validade acabou.
E mesmo sem conhecer o último dia o sinto por perto!
Uma eternidade dura uns cinquenta anos..
Conheço gente que vive hoje uma eternidade,
ou talvez, quase duas.
Agora, se for pra frente, mais cinquenta anos,
realmente é uma eternidade.
Percebo a medida do tempo,
quando vejo um rosto envelhecer
da esquerda pra direta
numa fila de fotos
desde a infância até ontem.
Aqui no mar o calor é adorável!
O verde marazul é aconchegante e refrescante!
As noites são de brisa estrelada e conversa fiada!
Tenho um amigo, que não conheço, e que
mora num dos meus países prediletos, que nunca fui;
E que escreveu:
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
O tempo está horrivel em Budapeste.
Frio e muito vento, os dias estao cinzentos, escuros.
Mais deprê do que isso foi a resposta que escutei hoje na portaria do prédio onde trabalho quando perguntei quando o tempo iria mudar.
A resposta foi simples e bem objetiva.
- Em Abril!
Vai lá visitar.. megvilagosodas.blogspot.com
Já tive oportunidade de um outono muito parecido com esse acima, e devo dizer que adorei, virou minha estação predileta, embora eu ande sempre em direção ao sol e ao calor, quando der, vou de novo descer nessa estação.
Toda vez que preciso digitar minha data de nascimento,
percebo que ela está, a cada dia, mais longe de mim.
Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.
Paulo Leminski
Memórias vivas, sem mim,
sobrevivem com desenvoltura!
Prefiro esquecer o que nem me lembro.
E não ver o tempo, as nuvens.
A chuva, chorando na minha janela,
uma pioggia senza all’anima e cativa!
Odeio dias inteiros de chuva,
odeio chuva, odeio chuva
E só não vou morar num deserto
porque lá, faz muito frio de noite!
De pensamentos em dias de chuva:
Sempre tenho a impressão que a vida
agora é provisória,
como se estivesse a espera
de alguma coisa definitiva.
O mundo e suas malditas, pobre e inúteis teorias:
se fulano perder por 5 pontos e o outro ganhar por x gol
e beltrano ganhar em terceiro lugar e
e se ainda alguém votar e um milhão torcer:
e finalmente pra quem acredita e reza muito
terá um brasileiro campeão de qualquer porcaria desnecessária.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
Inexoravelmente sei
Que deixaste de amar-me,
Que nunca me amaste antes.
Se não disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamoamo,
Verdade fulminante que acabas de desentranhar,
Eu me precipito no caos,
Essa coleção de objetos de não-amor.
Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
Uma hora, não 6 horas
Que horas são?
Mais cinco, menos cinco
noves fora…
Confuso horário!
Estou contando os minutos, e
exatamente agora,
faltam 2222 minutos!
Pra chegar no paraíso,
pra beijar na boca,
pra matar a saudades que me mata!
Depois, mais umas 27 horas,
e nem acredito, estarei em casa!!
Deve ser por isso que chove sem parar.
Vida de vagamundo.
Nem consigo imaginar:
Voltar à rotina diária
de trânsito, neura e
horários estreitos!
Se quiser abandonar tudo nós compreenderemos!!
um fio de cabelo branco, o primeiro
óculos para ler de noite – 0.5 °
aos poucos chega a promissória por ter arrivado aos 4.5
3 meses: o que fiquei aqui
5 dias :o que falta para partir
1 fio de cabelo branco: o primeiro
½ grau: óculos para ler de noite
4.5: versão original
Descobri onde quero morar por um ano
Toda a ilha tem 3.600 habitantes,
Mas no inverno mais da metade vai embora.
Pera Pegadhi – o lugar mais bonito
Kioni – um lugarejo perfeito para ancorar
Vathi – é aqui mesmo
Polis – meu último banho no mar grego na baia do amor de Penelope
Quer saber como é linda, onde fica, o nome da ilha?
Vai lá:
38 graus 22 minutos 04.44 segundos N
20 graus 42 minutos 56.09 segundos E
oitodias
trintaecincominutos
cinquentaetrêssegundos
cinquentaedois
cinquentaeum
cinquentaquarentaenove..
Mesmo que não pense nisso todo o tempo,
o tempo passa e passa e
me aborrece envelhecer tão rapidamente,
me faltam tantas coisas pra fazer.
Há lugares que chove
Há lugares que pega fogo
Há lugares lindos
Há os que quero conhecer
Outros que não quero voltar
Mas por enquanto só tem um
lugar que quero estar agora.
Ainda não estou de malas prontas, porque não vai caber!
Haja malas, e alças e rodas!!!
É incrível viajo leve , 14 kilos para 3 meses.
Agora já dobrei o volume das malas.
1400 litros diesel
450 A/ dia
280 litros de água/ dia
4 litros de leito/ dia
15 potes do maravilhoso iogurte grego/ dia
Em 31dias:
700 pratos descartáveis +
1800 copos descartáveis +
4000 guardanapos+
24 rolos de papel toalha+
98 rolos de papel higiênico+
1600 litros de lixo =
15 hóspedes a bordo
A regra, a partir de hoje meia noite, é:
comunicação somente através de sinais,
se quiser conversar, só teclando no msn.
Na verdade o fim esperado
é sempre festejado!
Partiram todos, amém!
Adoro ouvir o silêncio!
A neuro, a guerra, a gritaria,
criançada desgovernada,
era tanto, que sobrou até pra mim;
Quatro pontos no meu pé esquerdo!
Férias em família, italiana,
é coisa de gente maluca!
Quando as horas são lentas
Quando os dias são longos
Quando o tempo que passa
não é o tempo que que falta.
A vida não é possível
senão em doses estratégicas,
de vento, amor, calor, sol e silêncio.
E a internet instável como a neura das pessoas.
Nem sei quanto tempo faz que estou longe…
Perdi a conta ou nem quero pensar.
Tá certo que é outro país, do outro lado do oceano,
num outro mar azul, mas dessa vez estou cansada,
fisicamente cansada!
Só consigo morrer a meia noite
e ressucitar no manhã seguinte às 7h.
E eu que achei que não podia ser pior!?!
Mas a natureza humana pode me surpreeende sempre;
mesmo que seja de forma irritante!
Tem dias que me imagino pulando
nesse maravilhoso mar azul
e ir nadando no rumo de casa.
As pessoas complicam muito a própria vida!
Preguiçaaaaaaaa!